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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Um amigo voador

Era 1996, mês de agosto, aniversário de minha esposa. Ela resolveu comemorar fazendo uma festa no sítio de seu pai (Extrema-MG-Brasil)e convidou diversos amigos e parentes.Dentre eles, um amigo de minha esposa que estava iniciando sua "carreira" de voador de parapente.


Ele levou sua "tralha" de voar dentro de seu "jipe" importado, depois de ter consultado a minha esposa se haviam morros na região que a festa aconteceria.


Acho que deve ser um comportamento de muitos iniciantes do vôo livre: não podem ver um morrinho que já querem decolar dele.


Em determinado momento da festa, este amigo convidou a todos a acompanhá-lo na subida do morro.


Fizemos uma "expedição amazônica", até meu cachorro subiu o morrinho.


Ajudamos nos preparativos do tão esperado vôo: limpamos o local de pedras e quaisquer obstáculos que pudessem dificultar a inflagem da vela. Ele montou umas duas ou três birutas feitas de papel higiênico em pontos estratégicos.


Paramentou-se todo: capacete, luvas, selete e parapente.


Olhava pro céu, volta e meia. Parecia querer cheirar o ar.


Checou e re-checou tudo. Parecia concentrar-se em algo que um leigo não conseguia captar.


Demorou-se. O vento não parecia colaborar porque não vinha retinho em direção ao morro.


Alguns de nós segurávamos parte de cima da vela onde tem os "furos" (hoje sei que chama-se "bordo de ataque").


Mas, nada de vôo.


O piloto teria "enraizado"?


De repente ele deu a tão esperada ordem aos que seguravam o "pano" da vela: "levantem!"

Vupt! A vela subiu sobre sua cabeça, ele dominando-a com apenas duas linhas (batoques).

Parecia uma luta e um balé ao mesmo tempo.


O vento queria participar e fazia as vezes para ora derrubar a vela, ora elevá-la.


O piloto amigo correu em direção ao sopé do morro e enquanto o morro "descia", ele ia mantendo o mesmo nível, até que começou a fazer uma trajetória de vôo onde descia um pouco, mas seguia em frente. (o tal planeio e as taxas de L/D).


Foi um grito só da turma quando todos nós saimos do "embasbacamento" quando a vela azul provocou. Era um espetáculo diferente para nossos curiosos olhos. Acompanhamos o percurso "ziguizagueado" do piloto e vela. Os dois pareciam fazer parte de um grande pêndulo, balançando ao sabor do vento.


Mas, eles iam sempre descendo. Era um vôo prego e não sabíamos disso. Estranhamos essa "queda", afinal de contas aquilo não era para voar e para cima?


Leigos que éramos!


O espetáculo estava indo bem, apesar do "prego", quando de repente, prestamos a atenção que ele ia direto a fios de alta tensão!! Não sei se estava tão perto assim, mas à distância, parecia que o bólido voador ia "beijar" a eletricidade. Nos assustamos e começamos a gritar "vira, vira, abaixe, abaixe".


O piloto parecia não nos ouvir, nem pelo rádio.


Momentos de (alta) tensão ...


Mas, felizmente a máquina inclinou para a esquerda, depois para a direita, perdendo altitude, num percurso do tipo "S" e depois tomou uma reta e pouso. (procedimento normal de pouso) Vimos ao longo a vela se deformando e se transformando em apenas um pano que se deixava cair.


O vôo tinha sido um sucesso. Lá de cima do morro aplaudíamos, gritávamos, assobiávamos e num alegria descíamos o morro para encontrar nosso herói voador, que fez de nossa tarde uma tarde diferente.


Os pilotos proporcionam às demais pessoas, um espetáculo único: mostram a capacidade que eles adquiriram: voar. E em grande estilo colorido. Velas no ar, espetáculo para os olhos. Viajamos juntos com as asas.

Vocabulário

Selete - É a tal da cadeirinha em que o piloto e vela estão conectados. Ela é o elo de ligação. Nela também está contido o páraquedas de reserva. É um item de importância crucial, pois depende dela a maior parte do conforto e da comunicação com o velame. Uma selete moderna é equipada com uma proteção flexível para a coluna.


Bordo de ataque - é a parte frontal da vela, onde ocorre a separação do fluxo de vento em dois. O primeiro percorre a parte de cima da vela (chamado de extra-dorso) e o outro passa pela parte inferior chamada de intra-dorso. No caso do parapente, existe ali o dispositivo que infla o parapente, onde o ar penetra a células e a torna rígida.


Enraizar - Termo ou giria que significa que o piloto não consegue sair da rampa e voar. Por medo, dúvida ou qualquer outro motivo.


Batoques - São duas alças, uma de cada lado, e comandam o parapente. Puxando o batoque para baixo o parapente reage fazendo uma curva para o lado acionado. Os dois batoques, no pouso, ajudam a diminuir ou a zerar a velocidade do parapente. É, praticamente, através dos batoques que o parapente executa seus movimentos, manobras e acrobacias. No entanto, embora fácil, há a necessidade de conhecimento teórico e prático para acionar os batoques na dosagem certa e de acordo com as condições climáticas presentes no momento do vôo.



A flying friend


It was 1996, month of August, birthday of my wife. She decided to commemorate making a party in your father's ranch (Extrema-MG-Brazil) and it invited several friends and relatives. Among them, a friend of my wife that it was beginning your " career " of paraglider flyer.


He took your equipments of flying inside of your " imported jeep ", after having consulted my wife if there were hills in the area that the party would happen.


I think should be a behavior of many beginners of the free flight: they cannot see a hill that they want to take off of him.


In certain moment of the party, this friend invited all to accompany him in the ascent of the hill.


We made a " amazon " expedition, until my dog it went up the hill.


We helped in the preparations of such expected flight: we cleaned the place of stones and any obstacles that could hinder the wing to inflate. He set up some two or three wind sleeves done of toilet paper in strategic points.


It was ornamented completely: helmet, gloves, harness and paraglider


He looked for sky, it returns and stocking. He seemed to want to smell the air.


He made the check list of everything. He seemed to ponder in something that a lay one didn't get to capture.


He stayed. The wind didn't seem to collaborate because it didn't come straight in direction to the hill.


Some of us held part from the wing where has the " holes " (today I know that calls her " attack " board).


But, anything of flight.


Would the pilot have taken root "?


Suddenly he gave such expected order to the that held the " cloth " of the wing: " lift "!



Vupt! The wing arose on your head, him dominating her with only two lines (bungs). it Seemed a fight and a ballet at the same time.


The wind wanted to participate and did the times for some times to drop the wing, other times to elevate her.


The pilot friend ran in direction to the foot of the hill and while the hill " went down ", he went maintaining the same level, until that he/she began to do a flight path where went down a little, but it went straight ahead. (the such rate of L/D).


It was only a scream of the group when all of us left the " dazzle " when the blue wing it provoked. It was a different show for our onlookers eyes. We accompanied the course in the pilot's curves and wing. The two seemed to do part of a great pendulum, balancing to the flavor of the wind.


But, they went always descends. It was a flight nail and we didn't know about that. Did we find strange that " fall ", that was not after all to fly and upward?


Lay that were!


The show was going well, in spite of the " nail ", when suddenly, we paid the attention that he went direct to threads of high tension!! I don't know it was if that close, but at the distance, it seemed that the flying meteor will kiss " the electricity. We got scared and we began to scream " lower, lower ".


The pilot seemed not to hear us, nor for the radio.


Moments of (high) tension...


But, happily the machine tilted for the left, later for the right, losing altitude, in a course of the type " S " and later it took a straight line and landing. (normal procedure of landing) we Saw to the long the wing being deformed and changing in just a cloth that she dropped.


The flight had been a success.


There from the hill we applauded, we screamed, we whistled and in a happiness we went down the hill to find our flying hero, that did a different afternoon of our afternoon.


The pilots provide to the other people, an only show: they show the capacity that they acquired: to fly. And in great colored style. wings in the air, show for the eyes. We traveled together with the wings.


Vocabulary


Harness - it is the such of the chair in that the pilot and wing are connected. She is the connection link. In her the reservation parachute is also contained. It is an item of crucial importance, because it depends on her most of the comfort and of the communication with the asame. A modern Harness is equipped with a flexible protection for the column. I


Embroider of attack - it is the front part of the wing, where it happens the separation of the wind flow in two. The first travels the part from the wing (extra-back call) and the other raisin for the part inferior intra-back call. In the case of the paraglider, it exists the device there that inflates the paraglider, where the air penetrates to cells and it turns her rigid. To take root - Term or slang that it means that the pilot doesn't get to leave of the ramp and to fly. For fear, doubt or any other reason.


Bungs (commands) - Are two loops, one on each side, and they command the paraglider. Pulling the bung down the paraglider reacts making a curve to the side worked. The two bungs, in the landing, help to decrease or to zero the speed of the paraglider. It is, practically, through the bungs that the paraglider executes your movements, maneuvers and acrobatics. However, although easy, there is the need of theoretical and practical knowledge to work the bungs in the right dosagem and in agreement with the present climatic conditions in the moment of the flight.

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